Exposição: COSMO/POLÍTICA #6: Biblioteca Cosmos
Artistas: Elisa Pône, Filipe Pinto, Francisco Pinheiro, João Fonte Santa, Marta Leite, Nuno Barroso e Sofia Gonçalves
Museu do Neo-Realismo
Datas: 2020-06-27 – 2021-01-30
Curadoria: Sandra Vieira Jürgens e Paula Loura Batista
A sexta e última exposição do ciclo COSMO/POLÍTICA centra-se na coleção de livros da Biblioteca COSMOS, iniciativa de Bento de Jesus Caraça que inspirou este projeto curatorial. Em colaboração com Manuel Rodrigues de Oliveira, sócio fundador da Edições Cosmos, Bento de Jesus Caraça criou esta coleção de livros com um propósito cultural emancipatório, determinante na divulgação generalizada de conhecimento, em múltiplas áreas, no Portugal da primeira metade do século XX.
Criada em 1941 em pleno contexto da II Guerra Mundial, a Biblioteca COSMOS teve em vista a construção de uma mentalidade e sociedade livres no período do Estado Novo, fomentando o interesse por um conjunto de temas negligenciados ou recusados pelo regime, investindo na expansão da cultura intelectual e científica entre os cidadãos e dinamizando um conjunto de iniciativas de democratização do saber, na continuidade das universidades livres e populares.
Partindo do espólio editorial da Biblioteca Cosmos que integra o património neorrealista, convidámos sete criadores com trabalho em diversas áreas artísticas a realizar obras originais a partir deste acervo que se encontra conservado no Museu do Neo-Realismo. Elisa Pône, Filipe Pinto, Francisco Pinheiro, João Fonte Santa, Marta Leite, Nuno Barroso e Sofia Gonçalves foram desafiados a refletir sobre as séries e os ramos do conhecimento representados nesta coleção: 1º Ciências e Técnicas; 2º Artes e Letras, 3º Filosofia e Religião, 4º Povos e Civilização; 5º Biografias; 6º Epopeias Humanas; 7º Problemas do Nosso Tempo. Em consonância com a investigação e linhas de trabalho de cada criador convidado, a exposição apresenta projectos artísticos pensados de uma forma livre, não literal, em relação às áreas e aos 106 títulos que compõem este cosmos temático. Só assim, com liberdade e criatividade, poderíamos homenagear este gesto coletivo fundamental, que no fôlego e ambição dos seus propósitos se mantém hoje vivo e relevante para a cultura portuguesa.