Fernando Lemos

Roteiro CAM

«Fernando Lemos» in AA.VV, Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão: Roteiro da Colecção (pp. 72-73). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2004. ISBN: 972-635-155-3

Fernando Lemos nasceu em Lisboa, em 1926. Actualmente reside em São Paulo, no Brasil. Frequentou a Escola de Artes Decorativas António Arroio e o curso livre da Sociedade Nacional de Belas Artes. Com um percurso profissional ligado às artes gráficas e à publicidade, Fernando Lemos circula por muitos territórios da arte ao longo do seu percurso. A sua obra multifacetada estende-se ao domínio da pintura, do desenho, da ilustração e à fotografia, campo que alcançou maior visibilidade pública nos últimos anos. A ligação de Lemos à fotografia tem lugar na passagem da década de 40 para a de 50, no período em que desenvolve a sua actividade artística junto do Grupo Surrealista de Lisboa e em que participa na exposição Azevedo, Lemos, Vespeira, realizada na Casa Jalco, em 1952. Nessa mostra, para além de 22 guaches, 28 desenhos, 20 pinturas a óleo, caracterizadas pela exploração do registo abstracto e pela conjugação dinâmica de formas orgânicas e angulares, o artista apresentava 55 trabalhos fotográficos. Desse núcleo de imagens fazia parte um conjunto de 30 retratos, em que o artista utilizava dispositivos da fotografia manipulada para afirmar certos traços característicos da personalidade e da obra da personagem retratada, e uma série de composições encenadas, de que é exemplo Intimidade dos Armazéns do Chiado, escolhida para figurar na capa do catálogo da citada mostra na Jalco. Nela pontuavam os emblemáticos manequins de montra, descobertos na oficina de consertos dos Grandes Armazéns do Chiado por Mário de Almeida Camilo, um amigo que assegurava a secção fotográfica do magazine editado pelos G.A.C. e apoiará o lançamento de muitas iniciativas surrealistas bem como o processo laboratorial da prática fotográfica de F.L.
Nesta e noutras fotografias, o surrealismo revela-se claramente nos efeitos alcançados, na exacta medida em que os objectos alcançam uma presença enigmática devido ao uso de efeitos de composição, da iluminação e de técnicas como a solarização e a sobreposição de duas ou mais imagens. Prova de que para Fernando Lemos a fotografia não se constitui enquanto representação mimética mas como possibilidade de entrever um itinerário poético onde o «familiar» e o «comum» podem facilmente dar lugar ao inédito e à revelação do lado secreto da realidade. Compreende-se que estas imagens insólitas tenham fascinado o meio cultural português. São relevantes os artistas e escritores que nos seus textos destacaram o valor poético das investigações de Fernando Lemos. Prova disso são os textos que acompanharam algumas das mais importantes exposições do artista: Fotografia de Várias Coisas na Galeria de Março, em 1953; A Fotografia na Arte Moderna Portuguesa, no Centro de Arte Contemporânea (Porto), em 1977; Refotos dos Anos 40 na Sociedade Nacional de Belas Artes, em 1982; Fernando Lemos no Centro Cultural Português da Fundação Calouste Gulbenkian, iniciativa que integrou em 1992 o programa do Mois de la Photo, em Paris; e À Sombra da Luz, no CAM, em 1994.
Em 1952, não obstante a qualidade do seu trabalho fotográfico, Fernando Lemos abandona a fotografia. No ano seguinte, emigra para o Brasil, tendo aí prosseguido a sua produção no domínio do design gráfico, do desenho e da pintura, e realizado diversas exposições individuais e colectivas. Desse período podemos referir os desenhos a nanquim que realizou sobretudo ao longo da segunda metade da década de cinquenta, privilegiando progressivamente um registo de pendor abstractizante, em que a linha vai dando lugar à forma e ao aparecimento de composições formadas por elementos ovais e semi-curvos de grande efeito gráfico e plástico.
Em continuidade com as linhas de investigação seguidas nestes trabalhos, ao longo da década de 60, Lemos desenvolve na sua produção pictórica, princípios de composição plástica que conduzem à afirmação de um «abstraccionismo concreto», definido pela presença e sobreposição de formas negras em telas de acrílico, que muito se distinguiu das referências visuais e das atmosferas surrealizantes que pautaram as suas primeiras obras. 

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